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quinta-feira, 2 de agosto de 2007

18 anos sem o Rei do Baião


Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em 1912 na fazenda Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, na zona rural de Exu, Pernambuco, próximo da divisa com os estados do Ceará e do Piauí. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra", uma de suas primeiras composições. Seu pai, Januário, trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vaga tocava sanfona (também consertava o instrumento). Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-la. Não era nem adolescente ainda, quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai.


Aos dezoito anos, ele se apaixonou por uma moça da região e, repelido pelo pai dela, um coronel, ameaçou-o de morte. Januário lhe deu uma surra por isso; revoltado Luiz Gonzaga fugiu de casa, ingressando no exército em Crato, Ceará. A partir dali, durante nove anos ele viajou por vários estados brasileiros, como soldado. Em Juiz de Fora, Minas Gerais, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como sanfoneiro. Dele, recebeu importantes lições musicais.

Em 1939, deu baixa do Exército no Rio de Janeiro, decidido a se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por tocar na zona do meretrício. Seu repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros. Até que, no programa de Ary Barroso ele foi aplaudido executando "Vira e Mexe", um tema de sabor regional, de sua autoria. Veio daí a sua primeira contratação, pela rádio Nacional.
Não demorou também para que viessem as primeiras gravações em discos alheios e, em seguida, seus próprios discos solo. Nestes registrou de início mais de cinqüenta temas instrumentais, para somente então passar a cantar músicas suas com letra. "Chamego", que inaugurou a nova fase, não era senão "Vira e Mexe", à qual tinham sido justapostas palavras cantadas. O autor delas se chamava Miguel Lima, que tornou-se assim o primeiro letrista de Luiz Gonzaga.

Foi porém com outro parceiro, o cearense Humberto Teixeira que Luiz Gonzaga veio a compor as músicas que definiram um novo gênero no cenário musical brasileiro: o baião. De ritmo, estilo e conteúdo próprios e peculiares, o baião constituía-se de temas tipicamente nordestinos do sertão. A dupla trabalhou de 1945 a 1950, tendo criado alguns dos maiores clássicos de Luiz Gonzaga. Entre as dezenove que fizeram, se distinguem: "Baião", de 1946; "Asa Branca", de 1947; "Juazeiro", de 1949; "Assum Preto", "Paraíba", "Respeita Januário" e "Baião de Dois", de 1950.

Em 1949, Luiz Gonzaga inaugurou uma outra importante parceria, com o pernambucano Zé Dantas. Neste encontro seu trabalho ganhou um tom mais politizado, notadamente pelo conteúdo social de algumas músicas que abordam os problemas do Nordeste, como "A Volta da Asa Branca", de 1950, "Aldogão" e "Vozes da Seca", de 1953, e "Paulo Afonso", de 1955. Além destas, a dupla fez "Vem, Morena", em 1949, "Cintura Fina", em 1950, "O Xote das Meninas" e "ABC do Sertão", em 1953, e "Riacho do Navio", em 1955, num total de 43 composições.
A época dourada do baião transcorreu aproximadamente de 1945 a 1955, período em que Luiz Gonzaga conquistou e consolidou uma imensa popularidade tanto nas zonas rurais como nos centros urbanos do país.

No final da década de 40, ele já era um dos maiores astros nacionais, graças principalmente ao estrondoso sucesso da toada "Asa Branca". Nos primeiros anos da década seguinte, deu início às grandes excursões que caracterizaram sua carreira dali para frente, cruzando o Brasil de ponta a ponta para divulgar sua música.


Em 1953, inspirado pelo sanfoneiro catarinense Pedro Raimundo, que tocava música da sua região com roupas típicas de gaúcho, Luiz Gonzaga mudou seu visual. Passou a se apresentar vestido de vaqueiro nordestino, tendo como modelo a indumentária (o chapeú, especialmente) do cangaceiro Lampião. Daí em diante esta se fixou como a imagem emblemática do artista, acompanhado de sua indefectível sanfona branca.

Na segunda metade dos anos 50, ele começou a cair no esquecimento nas grandes cidades. A partir de então, suas apresentações se concentraram no interior, onde ele se manteve em alta.

No meio dos anos 60, essa situação começou a se alterar, quando novos nomes da MPB passaram a reverenciá-lo, resgatando seu nome. De 1965 a 1972, vários artistas jovens gravaram músicas de seu repertório, de Geraldo Vandré a Gal Costa, passando por Gilberto Gil - que no auge do Tropicalismo o citou como uma de suas principais influências - a Caetano Veloso.

Bem no início dos anos 80, a carreira de Luiz Gonzaga foi reestimulada pela associação com outro nome da nova geração da MPB: seu filho Gonzaguinha, que então fazia muito sucesso como cantor e compositor. Em 1980, Gonzagão e Gonzaguinha - como passaram a ser chamados respectivamente pai e filho - se juntaram para fazer a bem-sucedida turnê de "A Vida do Viajante", que marcou a volta de Luiz Gonzaga à estrada, após alguns anos de quase total retiro. O show, levado a vários cantos do Brasil, se estendeu pelo ano seguinte, quando foi gravado e registrado num álbum duplo.

No plano profissional, os anos seguintes foram marcados por homenagens, premiações - como a do MPB-Shell, de 1984 - e por duas viagens para apresentações no exterior, na França, em 1982 e 1986. Na sua vida pessoal, separou-se de Helena Cavalcanti, passando a viver com Edelzuita Rabelo, uma moça com quem mantinha um romance desde meados dos anos 70.

Em junho de 1989, já bastante doente e envelhecido, Luiz Gonzaga participou de um show no teatro Guararapes, no Recife. Na ocasião, declarou: "Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito o seu povo, o sertão, as aves, os animais, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Em quase 50 anos de carreira tinha mais de 629 composições, Asa Brasa que fez em parceria com o cearense Humberto Teixeira virou Hino do nordeste.
O BRASIL ESTÁ SEM O REI DO BAIÃO POR 18 ANOS!!!

NO DIA 02 DE AGOSTO DE 1989 ÀS 05h15min DA MANHÃ LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO, O REI DO BAIÃO, MORRIA NO HOSPITAL SANTA JOANA, EM RECIFE. O BRASIL INTEIRO ESTAVA SENDO COMUNICADO, POR MEIO DO PROGRAMA DA MADRUGADA APRESENTADO POR ELIAS LOURENÇO, A RESPEITO DA PARTIDA DO "ASA BRANCA DA PAZ".

AINDA SENTIMOS MUITA SAUDADE DESTE HOMEM DE DEUS QUE CANTOU E DECANTOU NOSSA NATUREZA, NOSSOS SENTIMENTOS, NOSSA CULTURA E NOSSA ESPIRITUALIDADE. FOI QUEM MELHOR DOCUMENTOU A NOSSA HISTÓRIA POR QUASE 50 ANOS. SUA PRESENÇA VIVA JAMAIS SAIRÁ DE NOSSA MEMÓRIA, POIS SUAS MÚSICAS ETERNIZARAM SUA PRESENÇA EM NOSSOS CORAÇÕES.

PASSADOS DEZOITO ANOS DE SEU VÔO PARA A ETERNIDADE SUA OBRA CONTINUA A SER O CELEIRO ORIGINAL DE ESTUDOS E PESQUISAS DOS DIAS ATUAIS. JÁ COM MUITAS OBRAS PUBLICADAS A RESPITO DE SUA OBRA MUSICAL E DE SUA PERSONALIDADE HERÓICA DE UM SERTANEJO CONFIANTE NA GRAÇA DE DEUS.

NESTE AMANHECER 02 DE AGOSTO DE 2007 É MAIS UMA VEZ UM MOTIVO ESPECIAL PARA LEMBRARMOS E REZARMOS POR ALGUÉM ESPECIAL PARA A NOSSA HISTÓRIA, LUIZ GONZAGA - NOSSO REI DO BAIÃO,O FILHO DE "PAI JANUÁRIO" E DE "MÃE SANTANA".

LEMBRAMOS AOS FÃS DE GONZAGÃO QUE AO FAZERMOS MEMÓRIA À FAMÍLIA DE LUIZ GONZAGA, TEMOS VIVOS, SOMENTE DUAS IRMÃS: RAIMUNDA CONHECIDA POR MUNIZ, MÃE DE JOQUINHA GONZAGA, E CHIQUINHA GONZAGA - NOSSA AMIGA E SANFONEIRA DE OITO BAIXOS. CHIQUINHA GONZAGA LANÇOU RECENTEMENTE O SEU MAIS NOVO TRABALHO QUE COMEMORA OS SEUS OITENTA ANOS DE VIDA E CIQUENTA ANOS DE VIDA ARTÍSTICA.

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